Publicado em 05/11/2018

Mudanças climáticas e saúde global

O estágio atual da pesquisa científica sobre as mudanças climáticas, com seus insights terríveis sobre o impacto da atividade humana sobre o meio ambiente, poderia ajudar ativistas e líderes políticos a construir um impulso político para provocar cortes profundos nas emissões de gases de efeito estufa. Até agora, a ciência confirmou a máxima que o cientista político Aaron Wildavsky delineou décadas atrás: “os mais ricos estão mais seguros.” Os cientistas acreditavam que, como as sociedades mais ricas tinham recursos para se adaptar a um mundo mais quente, os países pobres sofreriam mais. Mas isso apresentou um problema político, uma vez que a maioria das emissões vem de economias ricas ou emergentes. De fato, as 1 bilhão de pessoas mais ricas do mundo (vivendo em nações ricas e pobres) são responsáveis por mais de 50% das emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa. Mas novos estudos mostram que os ricos estão muito mais expostos que se imaginava - especialmente ao "calor mortal". No passado, os esforços para construir apoio político para combater as mudanças climáticas estavam centrados em argumentos abstratos sobre o lento acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera. Essas preocupações raramente tiveram muito impacto político; a maioria das sociedades atribui um peso maior às prioridades tangíveis de curto prazo que a efeitos cumulativos cujas consequências serão sentidas principalmente em outros países. A perspectiva anterior foi agora substituída pelo consenso na comunidade científica de que ninguém está isento dos riscos extremos e imediatos de um mundo em aquecimento. É chegada a hora de mudar as políticas em torno das mudanças climáticas. Leia mais: https://www.foreignaffairs.com/articles/2018-07-31/climate-extremes-and-global-health